O desenvolvimento da Indústria Têxtil no Vale do Ave nos anos 70 teve, naturalmente, fortes reflexos em Vila do Conde onde estavam instaladas grandes unidades fabris.

Com salários aliciantes para a época, muitas foram as mulheres de Vila do Conde que se sentiram atraídas pelo trabalho operário, assim abdicando de outras tarefas bem menos rentáveis, nomeadamente das Rendas de Bilros, até então um importante complemento dos magros orçamentos familiares.

Em 1978, a Câmara Municipal de Vila do Conde sentiu que a arte de dedilhar os bilros corria sério perigo de extinção, já que poucas eram as mulheres a dedicarem-se a esta arte com tradição documentada desde 1616. 

Decide-se, então, criar condições para incentivar quantas ainda sabiam trabalhar na almofada. Como primeira acção, a Autarquia vilacondense promove uma Feira de Artesanato, dando destaque às Rendas de Bilros, mas também convidando artesãos de outras artes a participarem no certame.

Em 1980, também por iniciativa da Câmara Municipal, é criado o Centro de Artesanato, local onde é garantida a aquisição de toda a produção de Rendas de Bilros e, simultaneamente, posto de venda da arte vilacondense. Pouco vocacionada para esta tarefa, surge, no seio de pessoas ligadas à Autarquia, a necessidade de haver uma equipa que se dedique a esta tarefa com mais empenho e dedicação.

É, assim, criada a Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde (ADAPVC), a que a Câmara Municipal confia a gestão e promoção do Centro de Artesanato e a realização da Feira nacional de Artesanato que, desde 1978, se continua a realizar.

Já com a ADAPVC a liderar a promoção e preservação das Rendas de Bilros, muitas outras iniciativas são realizadas, nomeadamente a criação do Prémio FNA (1990), o Núcleo Museológico instalado na Casa do Vinhal (1991) ou os Desfiles de Moda com convites a grandes estilistas portugueses que incorporaram Rendas de Bilros nas suas criações.

Desde então, a Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde continua a sua acção de inventariação, preservação e promoção das artes tradicionais de Vila do Conde.